Levantamento feito pelo UOL, indicou que parte dos cargos do governo federal na pasta da Saúde foram distribuídos a indicados por parlamentares do PMDB como ‘moeda de troca’ para garantir apoio a permanência de Dilma na presidência.
Na Paraíba, o levantamento apontou que a indicação da esposa do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo, Ana Cláudia, a superintendência estadual da Funasa estaria no ‘pacotão’ negociado pelo PMDB.
A indicação do irmão de Veneziano, Vital do Rêgo Filho, ao Tribunal de Contas da União também é citada. “A cota atual do PMDB na Funasa inclui até mesmo a mulher de um deputado federal da legenda. Ana Claudia Oliveira da Nóbrega Vital do Rêgo é casada com Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB). Ela é superintendente da Funasa na Paraíba desde nov.2011. À época da nomeação, Veneziano era prefeito de Campina Grande (PB). Veneziano Vital do Rêgo é irmão de Vital do Rêgo Filho –ex-senador pelo PMDB da Paraíba e ministro do Tribunal de Contas da União desde dezembro de 2014”.
A indicação de Victor Hugo Mosquera para a Diretoria de Saúde Ambiental também seria um indicação combinada com os deputados paraibanos Hugo Mota, Manoel Junior, Veneziano Vital.
Confirma íntegra do texto:
Uma análise de como são distribuídos os cargos na área da saúde indica a estratégia da presidente Dilma Rousseff para garantir votos para barrar o processo de impeachment. O PMDB tem hoje um amplo comando do setor. Em troca, será cobrado a dar apoio mais firme para o Palácio do Planalto a partir de agora.
O atual ministro da Saúde, Marcelo Castro, é do PMDB. A sigla ampliou em 2015 o controle sobre a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Dos 28 principais cargos comissionados desse importante órgão federal, 15 estão ocupados por indicações dos peemedebistas.
A cúpula da Funasa tem 3 nomes do PMDB: Antonio Henrique de Carvalho Pires (presidente), Antônio Arnaldo Alves de Melo (diretor-executivo) e Victor Hugo Mosquera (diretor de Saúde Ambiental). O PMDB indicou também 12 dos 26 superintendentes da Funasa nos Estados.
Além do PMDB, indicam superintendentes da Funasa nos Estados o PT (4 nomes); o PSD (3); e o PRB, o PDT e o PC do B (1 indicação cada um). A Funasa é uma fundação pública vinculada ao Ministério da Saúde.
Desde 2005, PT e PMDB alternam-se no controle da Funasa. O atual presidente, Antônio Henrique de Carvalho, é ligado a Michel Temer e ao PMDB. Ele substituiu em março de 2014 um nome bancado pelo PT de Minas Gerais (Gilson de Carvalho).
Antes de Gilson, a Funasa foi comandada por um indicado do atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A cota atual do PMDB na Funasa inclui até mesmo a mulher de um deputado federal da legenda. Ana Claudia Oliveira da Nóbrega Vital do Rêgo é casada com Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB). Ela é superintendente da Funasa na Paraíba desde nov.2011. À época da nomeação, Veneziano era prefeito de Campina Grande (PB).
Veneziano Vital do Rêgo é irmão de Vital do Rêgo Filho –ex-senador pelo PMDB da Paraíba e ministro do Tribunal de Contas da União desde dezembro de 2014.
O Blog procurou a Funasa em 02.dez, para comentários. A Fundação não quis responder.
ORÇAMENTO DE R$ 3,73 BILHÕES
A Funasa e suas chefias estaduais são muito cobiçadas por políticos. O principal motivo é o orçamento: em 2015, o valor autorizado para gastos foi de R$ 3,738 bilhões, dos quais R$ 2,119 bilhões foram de fato gastos até o fim da noite de ontem (06.dez).
O orçamento da Funasa em 2015 foi maior que o de vários ministérios: Cultura (R$ 3,36 bi); Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (R$ 3,35 bi); Relações Exteriores (R$ 3,32 bi); Esporte (R$ 3,30 bi) e Meio Ambiente (R$ 3,29 bi), entre outros.
Os dados acima foram levantados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do governo federal. A consulta foi feita com a ferramenta Siga Brasil, mantida pelo Senado Federal.
A Funasa é responsável por ações de saneamento básico (água e esgoto) nos municípios. A Fundação também viabiliza aquelas ações do Ministério da Saúde que são tocadas por meio de convênios dos municípios com o governo federal.
Tudo considerado, um superintendente estadual da Funasa possui grande autonomia para “fazer política”, como costumam dizer os deputados. Isto é, ele pode facilitar (ou dificultar) a vida de prefeitos e de governadores a mando de quem o indicou para o cargo.
Pode também viabilizar obras e investimentos que alavancam a popularidade de prefeitos, deputados estaduais, vereadores e congressistas. Vêm daí os dividendos eleitorais para quem indica.
com UOL