A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (13) quatro mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva da 7ª fase da Operação Acrônimo em São Paulo, Paraná e no Distrito Federal. A operação investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005.
Felipe Torres, sobrinho do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), foi alvo de condução coercitiva em São Paulo. O empresário Benedito Rodrigues de Oliviera Neto, conhecido como Bené, apontado como suposto operador de Pimentel, e que já foi preso em outra fase da Operação Acrônimo, disse em acordo de delação premiada que o governador repassou R$ 800 mil ao sobrinho para investir em um restaurante do qual eram sócios, no interior de São Paulo. O dinheiro, segundo o delator, é fruto de propina do esquema de corrupção investigado na Acrônimo.
Felipe Torres deve ser ouvido ainda nesta terça em São Paulo e será liberado na sequência.
O advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, afirmou que “não existe nenhuma relação entre Pimentel e Felipe que ultrapasse o parentesco entre eles”.
“A defesa tem a dizer que esse fato é um verdadeiro “café requentado” porque muito antes da delação do Benedito a PF já tinha conhecimento daquilo que imagina ser um fato ilícito. O presidente do Senado disse que o congresso estava se transformando num hospício e acha que o Brasil está se transformando num grande hospital, em que todo mundo quer fazer uma operação”, afirmou.
O segundo mandado de condução coercitiva é para o empresário Sebastião Dutra. Ele é suspeito de emitir notas fiscais falsas na campanha de Pimentel e também em obras no restaurante.
Acrônimo
Em maio de 2015, quando deu início à Operação Acrônimo, a PF buscava a origem de mais de R$ 110 mil encontrados em um avião no aeroporto de Brasília, em outubro do ano passado. A aeronave transportava Bené.
Bené foi preso, mas liberado após pagar fiança. Também na 1ª fase da Acrônimo, a PF fez buscas no apartamento da mulher de Pimentel, a jornalista Carolina de Oliveira, em Brasília. Na época, o governador classificou a ação como um “equívoco”.
“Ocorre que o mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica”, disse o governador na ocasião. Dois dias depois, o advogado de Carolina de Oliveira, Pierpaolo Bottini, entregou à Justiça Federal em Brasília documentos que comprovariam a inocência da primeira-dama mineira.
A segunda etapa da operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, Belo Horizonte, Uberlândia, Rio de Janeiro e São Paulo em junho de 2015. Em Belo Horizonte, os agentes apreenderam material em um escritório onde funcionou o comitê campanha de Pimentel em 2014, no bairro da Serra. Em Brasília, um dos mandados foi cumprido em uma agência de publicidade.
À época, a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais disse que as ações da PF foram “abusivas”.
Na terceira etapa da Acrônimo, deflagrada em outubro, policiais federais cumpriram 40 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal.
À época, foi cumprido mandado na casa do diretor-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com atuação entre fevereiro e dezembro de 2014, quando assumiu o cargo deixado por Pimentel.
G1