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Policiais influencers: Agentes da lei criam conteúdo para as redes sociais usando a imagem da polícia

Com a crescente produção de conteúdo para internet alguns policiais entraram no ramo. Alguns começaram compartilhando a rotina de trabalho, outros realizando dancinhas de ‘trends’, mas o que todos eles compartilham é o desrespeito ao regimento da corporação, que proíbe o servidor de ganhar dinheiro por conta do cargo exercido.

E há agentes de várias instituições realizando essa produção e conteúdo para as redes sociais. Há policiais militares, civis, agentes penitenciários, policiais federais, delegados, e investigadores envolvidos.

A pernambucana Ruana Pedrosa de Andrade,  agente de Polícia Civil de Pernambuco, foi punida pela Secretaria de Defesa Social (SDS) por publicar vídeos no TikTok usando armas, farda e distintivo da corporação.

O perfil da policial soma mais de 291 mil seguidores, e o seu vídeo mais famoso teve 2,4 milhões de visualizações.

Em portaria assinada pelo secretário de Defesa Social, Humberto Freire, no boletim geral da pasta de terça-feira (6), indica que Ruana foi punida com 14 dias de suspensão por causa dos vídeos. Essa pena, no entanto, foi convertida em multa de 50% por dia de vencimento ou remuneração. Com isso, a servidora foi obrigada a permanecer no serviço.

Aqui na Paraíba, Capitã Rebeca ingressou na Polícia Militar aos 19 anos. Atualmente trabalha nas Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM) do Batalhão de Motos de João Pessoa. Ficou conhecida quando começou a documentar as ocorrências diárias em vídeos, publicados em um canal no Youtube, que já conta com mais de 165 mil inscritos. Além dessa rede social, a Capitã bomba no TikTok, contando com quase 102 mil seguidores, e o vídeo com mas visualizações soma um número de 511,3 mil.

Confira um pouco do conteúdo dela:

Rebeca foi candidata a deputada estadual nestas eleições, mas não conseguiu se eleger. Continua fazendo as abordagens e ganhando dinheiro com as visualizações dos seus vídeos nas redes sociais.

Outro famosos desse mundo de policiais influencers é o delegado da Cunha. Ele faz sucesso nas redes sociais há alguns anos, com vídeos e publicações contando o dia a dia de seu trabalho e suas opiniões sobre a segurança pública. No Instagram, acumula mais de 2 milhões de seguidores e no seu canal no YouTube tem 3,7 milhões de inscritos.

Após ser denunciado por estar usando das imagens de abordagens, e até ter simulado um sequestro, o delegado foi afastado da polícia civil de São Paulo, e foi exonerado do cargo. No pleito deste ano, da Cunha se candidatou pelo PP ao cargo de deputado federal, sendo eleito.

O que diz a lei:

De acordo com o Artigo 88 do Estatuto da Corporação,”valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade da função policial” não é permitido, e pode, em certos casos, gerar expulsão e/ou punição.

Em São Paulo, estado de da Cunha, desde 2021 a Polícia Militar de São Paulo restringiu o uso de redes sociais de seus agentes. A instituição proibiu postagens relacionadas, direta ou indiretamente, com a PM. A orientação proíbe publicação de fotos que mostrem armamento, brasão, logomarca, fardamento, viatura ou equipamento de proteção dos policiais.

Aqui na Paraíba não há nenhuma lei específica que proibe os policiais de divulgarem conteúdo de trabalho.

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