Os professores da rede estadual de ensino têm pelo menos cinco paralisações agendadas para ocorrer nas próximas semanas, mas já descartam deflagração de greve ainda este ano. De acordo com o presidente da Associação dos Professores de Licenciatura Plena (APLP) da Paraíba, Bartolomeu Pontes, as mobilizações acontecem devido aos baixos salários e condições de trabalho insatisfatórias.
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A primeira paralisação em esfera estadual foi marcada para a próxima quarta-feira (21), véspera do dia escolhido para mobilização nacional. Os professores da Paraíba também cruzarão os braços no dia 22. Em outubro, as atividades serão suspensas por três dias, também em iniciativa apenas paraibana. As paralisações serão nos dias 14 – quando é comemorado o Dia do Professor – e 26 e 27.
“Começamos nesta semana a viajar por estados do interior para mobilizar os professores sobre a nossa causa. Além de informá-los sobre as paralisações, estamos colhendo relatos de problemas enfrentados por eles nas escolas. É muito precária a situação de algumas localidades. Vemos muitos profissionais sem estímulo para trabalhar, pois as escolas não oferecem boa estrutura e materiais satisfatórios”, conta Bartolomeu Pontes.
Conforme o presidente da APLP, um abaixo-assinado será levantado para cobrar melhorias ao poder público. Reajuste salarial de 15,5% e avanços no Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) estão entre as reivindicações dos professores.
“Os valores pagos a professores do Estado são irrisórios. Um profissional com doutorado, por exemplo, recebe R$ 1.873 no início da carreira e ao longo de 30 anos de serviço esse valor sobe para apenas R$ 2.435. No caso dos professores polivalentes, a progressão vai de R$ 1.601 para 1.803. É absurdo”, reclama Bartolomeu.
Apesar dos problemas apontados, o presidente da APLP garante que não existe intenção de deflagrar greve ainda este ano. “O que queremos nesse momento é reacender o sentimento de luta nos professores e mostrar às autoridades que temos força para buscar nossos direitos”, diz.