Publicado em Vicente NunesEconomia
A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue em queda no segundo ano do terceiro mandato, em grande, parte, devido à piora na percepção da condução da economia, de acordo com nova edição da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (8/5). A avaliação positiva ficou em 33% – menor nível desde o início do levantamento, iniciado em fevereiro de 2023. Na edição anterior, esse percentual era de 35%.
A avaliação negativa do presidente petista passou de 34% para 33% dos entrevistados na segunda edição da pesquisa de 2024. E, a regular, de 28% para 31%.
A região Nordeste, principal reduto de Lula, registrou queda na avaliação positiva de Lula maior do que a nacional, passando de 51%, em fevereiro, para 48%, em maio. O percentual de entrevistados que avaliam o governo regular também aumentou, no mesmo período, de 25% para 30%.
A fatia dos nordestinos que avaliavam o governo Lula como negativo, passou de 23% para 21%, ainda acima do piso de 18% nas edições anteriores. Nas regiões Sul e Sudeste, a reprovação de Lula é maior, sendo de 41% e de 39%, respectivamente.
A aprovação do trabalho de Lula passou de 51% para 50%, entre fevereiro e março deste ano. Já a reprovação passou de 46% para 47%, no mesmo período, indicando uma tendência de estabilização.
No entanto, o humor do eleitorado permanece negativo nas avaliações. Pela primeira vez na série, a maioria dos entrevistados considera que o Brasil está indo na direção errada, uma alta de seis pontos percentuais em relação a fevereiro, para 49%. Enquanto isso, 41% dos entrevistados responderam que a direção está correta – recuo de quatro pontos percentuais em relação a fevereiro.
A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 6 de maio e ouviu presencialmente 2.045 brasileiros de 16 anos ou mais em todos os estados. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.
Piora na percepção da economia
De acordo com os dados da Quaest, para 38% dos entrevistados, a economia piorou nos últimos 12 meses, contra 27% que veem melhora. A alta da inflação lidera a insatisfação: 67% dizem que seu poder de compra diminuiu, com destaque para contas de água e luz (62%), combustível (48%) e alimentos (73%). Apesar disso, ainda há otimismo sobre os próximos 12 meses: a maioria (48%) dos entrevistados segue acreditando que a economia vai melhorar, contra 30% que temem uma piora.
O levantamento captou a ação federal sobre a tragédia do Rio de Grande do Sul. E segundo as respostas dos entrevistados, 63% dizem que o presidente não consegue cumprir o que prometeu, dado acima dos 56% de fevereiro. Já a fatia que respondeu o contrário passou de 36% para 32%. A percepção sobre o noticiário relacionado ao governo também piorou: 41% dizem ter visto mais notícias negativas, contra 30% que receberam mais notícias positivas.