Ainda sem se manifestar sobre o resultado da eleição que deu a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um terceiro mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Palácio da Alvorada na manhã desta segunda-feira (31) sem falar com a imprensa e apoiadores e seguiu ao Palácio do Planalto por volta das 9h30.
Embora tenha perdido a disputa pela reeleição, Bolsonaro ganhou em mais estados do que o adversário. O atual chefe do Executivo obteve mais votos em 14 unidades da federação, e Lula, em 13. Roraima foi o estado em que houve a maior diferença, com 76,08% para Bolsonaro (213.518 votos) e 23,92% para Lula (67.128 votos).
No fim da tarde de domingo (30), Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada no comboio presidencial e não falou com os apoiadores. O então candidato à reeleição pelo PL não informou o local onde iria acompanhar a apuração.
Presidente eleito terá terceiro mandato
Lula vai ocupar a Presidência da República pela terceira vez na história. Ele já teve dois mandatos como presidente do Brasil, entre 2003 e 2010. O vice-presidente será Geraldo Alckmin (PSB).
O presidente eleito tem como principal compromisso implantar políticas públicas para socorrer a população mais vulnerável, sobretudo para combater a fome. Lula promete manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e transferir um adicional de R$ 150 para famílias beneficiárias do programa que tenham filhos de até 6 anos de idade — o bônus será pago a cada criança dentro dessa faixa etária. A ideia do presidente eleito é retomar o nome Bolsa Família para o programa.
Ele disse ainda que vai conceder aumento real ao salário mínimo, ou seja, acima da inflação. Segundo Lula, o governo dele também vai refinanciar as dívidas de todos os brasileiros que estão com o nome sujo no SPC e na Serasa. O presidente eleito ainda garante que vai criar linhas de crédito com juros baixos para micro, pequenos e médios empreendedores, a fim de estimular a geração de empregos.
A proposta de governo de Lula também fala em implementar uma nova legislação trabalhista, de proteção social a todas as formas de ocupação, de emprego e de relação de trabalho. O petista quer dar maior atenção a profissionais autônomos e domésticos, a trabalhadores que atuam de casa e aos mediados por aplicativos e plataformas.