Um dos últimos nós a serem desatados por São Paulo e representantes de Daniel Alves antes do acordo entre as partes foi um pedido do jogador para receber um valor como entrada, já que o restante seria parcelado.
O impasse foi resolvido numa reunião no Morumbi na última quarta-feira (15). O atleta foi representado pelo advogado André Ribeiro.
A alegação do clube foi que não havia dinheiro disponível para pagar uma bolada à vista. Por sua vez, o meia e lateral não se conformava em aceitar um parcelamento a longo prazo e sair sem dinheiro nenhum na mão.
As partes chegaram a um consenso quando Daniel Alves topou abrir mão de receber os valores relativos a salários que teria para receber até o fim de 2021.
Com isso, foi estipulada como data de rescisão 17 de setembro. Daniel perdeu o direito de receber os salários registrados em carteira a partir desse dia, mas passou a fazer jus às verbas rescisórias, como multa de 40% sobre o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e férias e 13° salário proporcionais, além de poder levantar a quantia referente ao FGTS.
O clube tem até 10 dias depois da rescisão para pagar as verbas rescisórias, que na prática compensaram a falta de uma entrada. Daniel conseguiu uma “quantia na mão”.
O São Paulo se livrou de pagar os valores referentes aos salários de 2021, mas teve que assumir os gastos com a rescisão.
A avaliação da diretoria é de que, mesmo com essa despesa, a negociação foi vantajosa por causa da economia com salários e porque uma parcela do dinheiro que fará o papel de entrada já tinha saído do caixa do clube. Trata-se dos depósitos relativos ao FGTS.
O valor total a ser pago para Daniel no acordo é de aproximadamente R$ 25 milhões. O saldo restante após o recebimento das verbas rescisórias será pago em 60 meses a partir do ano que vem.
Nessa quantia, estão valores relativos à dívida que no sábado passado chegou a R$ 18 milhões e uma parte do que o atleta tinha para receber em 2022. O contrato valeria até dezembro do ano que vem. A diretoria são-paulina estima uma economia de R$ 27 milhões com a rescisão.
A atual diretoria tricolor diz que vinha pagando os salários de Daniel em dia, mas admite atraso no que chama de compra de direitos econômicos vendidos pelo atleta. Uma das explicações para o acúmulo do débito é a perda de receitas a partir de 2020, ainda na gestão de Leco, por conta da pandemia de covid-19.
Vale lembrar que as partes não comentam publicamente o acordo feito para rescisão contratual.