Um crime bárbaro que chocou a região da Zona da Mata de Alagoas. O EMERGENCIA190 viajou 54 quilômetros até o município onde aconteceu o episódio para acompanhar de perto o caso.
O assassinato do cortador de cana José Roberto da Silva, 22, morto com requintes de crueldade, na periferia da cidade de Murici, chamou a atenção até dos mais experientes policiais. A vítima saiu da casa do pai, o aposentado José Maria, 69 anos, na noite da última quarta-feira (25/04), sem falar para onde ia. As horas se passaram e José Roberto não retornava.
Mas a demora não era motivo de preocupação, pois o filho era acostumado a sair de casa e voltar dias depois. Por volta das 6h00 da manhã da última quinta-feira (26) um vizinho de José Maria chegou a sua casa trazendo a trágica notícia. José Roberto estava morto.
Ao chegar ao local, à cena encontrada sobressaiu a dor da notícia do filho morto. José Roberto foi morto com 14 golpes de faca. Mas o extinto dos assassinos não se limitou apenas em golpeá-lo. A vítima teve a cabeça decepada, colocada em uma estaca e uma orelha arrancada.
A repercussão do crime levou a Polícia iniciar rapidamente as investigações.
Não durou muito para que os matadores fossem presos. Luiz Paulo dos Santos, o “Lula” 23; Josuel Luiz dos Santos
Pinheiro, 21, o “Delis”; Edvan Santos da Silva, “Vanzinho”; Emerson Fernandes da Silva, o “Bob” e dois menores: F.J.S. e E.M.S.S.S., 15, este último que confessou ser o articulador de todo o trama, foram levados para a Delegacia de Murici, onde ainda tentaram negar participação na barbárie, mas com relatos de testemunhas, terminaram por assumir o que fizeram.
Ouvidos pelo delegado Oldemburgo Paranhos, que estava de plantão na Delegacia Regional de União dos Palmares, a narrativa mais chocante foi a de E.M.S.S; que mostrou frieza em seu depoimento, surpreendendo o delegado com 34 anos de polícia. “Matei porque ele queria beber a cachaça da gente”, justificou o criminoso.
Perguntado como ele havia tramado e assassinado a vítima, o menor continuou com sua frieza. “A gente estava bebendo na calçada do Fábio, quando ele (a vítima) chegou querendo beber. Ele já estava bêbado e eu não dei a bebida. Eu neguei, foi quando ele partiu para bater em mim e eu pulei. Ele chegou derrubou a nossa bebida e saiu correndo… Ai a gente correu atrás e pegou ele. Peguei um ferro e joguei nas costas dele e ele caiu, ai eu joguei uma pedra grande e eu fiquei doido”.
“Um dos meninos segurou ele e colocou a cabeça dele na pedra e eu com a faca comecei a cortar. Enquanto eles me ajudavam, segurando o cara, mas ai um osso bateu na faca e eu terminei o serviço com uma pedra”.
No momento que o delegado perguntou o porquê dele colocar a cabeça em uma estava á resposta foi outra anomalia.
“Deu-me vontade. Procurei o pau mais alto e coloquei lá, depois disso todo mundo começou a me respeitar”.
Em seu frio relato ele admite que “apenas” bateu com uma pedra na vítima e decepou a cabeça e que o restante da atrocidade teria feito pelos amigos.
E.M.S.S. admitiu que para cometer o crime se baseou em alguns dos filmes de Freddy Krueger – seu ídolo. Ele admite possuir todos os DVDs dos de Freddy.
O EMERGENCIA190 conversou com exclusividade com o menor, que foi encaminhado para a Unidade de Internação Masculina (UIM) de Maceió. A reportagem ele diz que está arrependido e que as noites se acorda assustado por sonhar com o momento que coloca a cabeça da vítima na estaca.
O EMERGENCIA190, também conversou com o delegado Oldemburgo Paranhos que disse que nunca havia encontrado uma pessoa tão fria quando o menor. “Não podemos dizer que esse garoto é um ser humano. Ele é uma besta fera travestido de ser humano. Perguntei se ele estava arrependido e ele disse que não e ainda reclamou porque não tinha nenhuma equipe de televisão para dar uma entrevista”, falou o delegado.
Oldemburgo Paranhos não acredita que o criminoso seja uma pessoa com anomalia psiquiátrica, apesar de ele ter envolvimento em assaltos a mão armada e tentativa de homicídio.
Perícia falha?
Durante os trabalhos de perícia no local do crime, policiais civis e militares criticaram a ação dos funcionários do Instituto de Criminalística (IC), que descartaram alguns pertences de uso pessoal dos assassinos.
“Nem mesmo as roupas dos assassinos, que estavam manchadas de sangue, foram analisadas. Nas mãos do menor havia sangue da vítima e eles não colheram nenhum material. Por sorte a gente conseguiu prender, mas é bom deixar claro, que foi graças aos esforços da Polícia Militar e nós, policiais civis”, colocou um policial que pediu para não ter o nome divulgado.
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