VATICANO, 25 JAN (ANSA) – O papa Francisco declarou nesta terça-feira (25) que ser homossexual não é um crime e classificou as leis que criminalizam a homossexualidade como “injustas”.
O religioso disse ainda que Deus ama todos os seus filhos como eles são e pediu aos bispos católicos que recebam as pessoas da comunidade LGBTQIA+ na Igreja.
Na conversa, Francisco lembrou que é preciso fazer a distinção entre pecado e crime, reforçando que “também é pecado faltar à caridade uns com os outros”, e reconheceu que os bispos apoiam as leis que criminalizam a homossexualidade ou discriminam a população LGBTQIA+.
Segundo o argentino, este tipo de atitude, no entanto, está relacionada às origens culturais, o que faz com que os bispos precisem passar por um processo de mudança para reconhecer a dignidade de todos os cidadãos.
“Estes bispos devem passar por um processo de conversão”, disse Jorge Bergoglio, acrescentando que os religiosos devem usar “ternura, por favor, como Deus tem por cada um de nós”.
De acordo com a publicação, pelo menos 67 países ou jurisdições em todo o mundo criminalizam a atividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo. Destas, 11 podem ou impõem a pena de morte, conforme a The Human Dignity Trust, responsável por lutar contra esse tipo de legislação.
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Citando o Catecismo da Igreja Católica, ele ressaltou que os homossexuais devem ser bem-vindos e respeitados, e não devem ser marginalizados ou discriminados.
“Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade”, enfatizou Francisco à AP.
No último dia 20 de janeiro, o Santo Padre já havia dado outro sinal de abertura a homossexuais na Igreja Católica ao afirmar que “Deus não renega nenhum de seus filhos”.
A Igreja Católica ensina que a homossexualidade é um pecado, mas Bergoglio implantou uma postura mais aberta ao longo de seu pontificado. Entretanto, essa postura já lhe rendeu até acusações de heresia por parte dos bispos ultraconservadores.
Saúde e Bento XVI – Durante a entrevista, o Papa falou sobre seu estado de saúde, a morte de Bento XVI, no último dia 31 de dezembro, e explicou que não cogitou emitir normas para regular futuras renúncias papais.
“Estou bem de saúde. Para a minha idade, sou normal”, afirmou o Pontífice, de 86 anos, que revelou que a “diverticulose – protuberâncias na parede intestinal – voltou”.
O Pontífice também revelou que sofreu uma pequena fratura óssea no joelho devido a uma queda e que ela cicatrizou sem cirurgia após laser e terapia magnética. ” “Posso morrer amanhã, mas está tudo sob controle. Estou bem de saúde”, acrescentou ele com seu habitual senso de humor.
Já sobre Bento XVI, Francisco elogiou o papa emérito como um “cavalheiro”. “Perdi um pai”. “Para mim, ele era um segurança.
Diante de uma dúvida, eu pedia o carro e ia ao mosteiro e perguntava”, contou o religioso sobre suas visitas à casa de Joseph Ratzinger para obter aconselhamentos. (ANSA).