As escalas teriam sido modificadas de forma que, além de reduzir tempo de lazer, impedem que os profissionais tenham mais de um emprego.
No último dia 4 de agosto foi sancionado o piso nacional da enfermagem e embora seja uma grande conquista e uma reivindicação de longa data, a categoria está preocupada. “Técnicos e auxiliares estão sendo surpreendidos negativamente com situações de pressões, coações, demissões e notícias falsas sobre a implantação do piso”, revelou a presidente do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB), Rayra Beserra.
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Ela revelou que os hospitais privados locais já iniciaram demissões em massa. Quem não foi demitido, teve suas escalas de trabalho alteradas sem aviso prévio como a necessidade cinco dias de trabalho para cada dia de folga. Além de menor tempo para o lazer, essa mudança prejudica os profissionais que trabalham em mais de um lugar, pois acaba provocado choque nos horários.
“O Coren tem recebido demandas e se posicionado em defesa dos profissionais. Não permitiremos que essas situações continuem a acontecer. Acionaremos os órgãos competentes, como sindicatos e Ministério Público para combater essas irregularidades”, assegurou Beserra.
A Lei do Piso Salarial da Enfermagem determina que os enfermeiros passem a receber salário base de R$ 4.750. Esse valor deve ser aplicado tanto nas jornadas realizadas no setor público quanto em empresas privadas. A mudança na legislação salarial da categoria é uma reivindicação feita há anos pela categoria, e ampliada nos últimos anos devido ao trabalho desses profissionais durante a pandemia.
Nesta segunda-feira (8), a Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), entidade que representa as empresas privadas do setor, ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para derrubar a Lei.