A Comissão de Educação do Senado Federal promoveu nesta quarta-feira audiência pública cujo tema foi o Movimento Grevista dos Professores Federais. Na oportunidade, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) apelou ao governo federal para que as negociações com a categoria sejam retomadas imediatamente, “queremos apenas que o governo mantenha as negociações abertas, esse é o apelo de todos”, declarou o senador.
Cássio lembrou que alguns dias atrás, na Universidade Federal de Campina Grande em reunião com o comando local de greve da Instituição, conheceu mais de perto a realidade das IFES, quando, segundo lhe foi informado, atualmente existem universidades federais com 100 alunos numa sala de aula. “é muito importante a expansão universitária ocorrida nos últimos anos no país, porém ela não pode ser responsável por causar a queda da qualidade educacional,” alertou.
Ele disse ainda que se o Brasil pretende mudar no cenário internacional é preciso “revolucionar” a educação, a exemplo do que prega o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e não, unilateralmente encerrar negociações com os professores e ainda fazendo ameaças que ou eles aceitam o oferecido ou não terão nada, sob o argumento do prazo da Lei Orçamentária “com a maioria parlamentar que tem o governo tem feito o que quer no Congresso e não é ameaçando que iremos construir uma proposta decente”, argumentou.
Conforme entendimento do senador paraibano é preciso que o Governo Federal compreenda que a academia é fundamental ao desenvolvimento do país e com esse tratamento dispensado, cada vez menos jovens serão professores. Dentro desse gravíssimo quadro, qual será o futuro que nos espera, sabendo que temos cada vez menos professores, questionou.
Para Cássio Cunha Lima, a academia, que sempre teve postura de vanguarda na sociedade não pode e não deve ser obrigada a aderir a qualquer governo sob pena de se criar no Brasil um estado totalitário, “os professores querem uma carreira que lhes proporcione um horizonte e que atraia cada vez mais jovens, porém essa possibilidade está sendo negada”.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação, Cássio disse que a proposta do governo penaliza quem estuda mais, pois um professor com Doutorado, por exemplo, ao longo do tempo ele vai ganhar cada vez menos.
Cássio reconheceu que todo governo têm limites orçamentários, mas não será sem negociar que vai resolver os graves problemas que atingem o funcionalismo federal principalmente em carreiras de estado essenciais ao país. “O governo diz que não tem de onde tirar dinheiro, mas ao mesmo tempo cria o tempo todos novos cargos comissionados”, disse o senador.
UEPB
Cássio fez ainda um paralelo das IFES com a Universidade Estadual da Paraíba, onde, após a concessão da autonomia financeira da entidade, o Conselho da UEPB é quem define a sua política salarial a partir da sua receita estimada em lei. “Hoje, um professor da UEPB tem salário melhor do que um colega que faz o mesmo trabalho da universidade federal e no caso paraibano, por causa do modelo adotado, a expansão não limitou a qualidade do ensino, ao contrário, a UEPB já é a melhor universidade estadual de todo o Norte Nordeste e avança cada vez mais” comparou.
Assessoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)