Os setores da construção e da indústria na Paraíba estão apresentando retração das atividades e com mais demissões neste ano, além de uma perspectiva de queda da produção para os próximos meses. Essa é uma constatação feita pela Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep) através de uma sondagem realizada em 54 empresas de pequeno, médio e grande porte no estado, divulgada nessa terça (29).
Na construção, os números mostram que a capacidade de operação das empresas ficou em 66% em agosto deste ano, registrando uma queda de 12% em comparação ao mesmo período de 2014. Com isso, a atividade no setor teve uma queda de 11,8%, entre agosto de 2014 e agosto de 2015, assim como o emprego, que caiu 9,7% no mesmo período.
A pesquisa mostrou também que o setor tem expectativa de nova queda dos números neste mês. Em comparação com agosto deste ano, o mês de setembro deve ter uma queda de 2,7% no nível de atividade; de 4,8% na compra de matéria-prima; de 5,4% em novos empreendimentos; e de 1,3% no número de empregos.
Apenas as empresas consideradas de pequeno porte estão mostrando algum dado positivo. De acordo com a pesquisa, a atividade dessas empresas aumentou 6,4% entre agosto de 2014 e agosto deste ano.
Já na indústria, o cenário segue ruim também. Em agosto deste ano, a capacidade de operação das empresas ficou em 31,7%, contra os 38,5% registrados em 2014. No setor, o emprego registrou queda de 2,1% entre julho e agosto deste ano. Em 12 meses, entre agosto de 2014 e agosto de 2015, o setor teve uma queda de 14,9%.
Para setembro, os empresários esperam uma queda de 11,6% na demanda por produtos; de 10,1% no número de empregos e de 11% na compra de matéria prima.
Segundo a pesquisa, apenas a exportação de produtos deve registrar leve alta de 0,1% em setembro.
Situação só deve melhorar em 2017
De acordo com Arlindo Almeida, responsável pelo departamento econômico da Fiep, o aumento da carga tributária e a falta de medidas concretas para o enfrentamento da crise têm feito com que muitas empresas parem de investir e cortem gastos, como a demissão de empregados.
“Na construção civil, as obras que estão em andamento mantêm o número de empregados; as que estão concluídas, o pessoal está sendo mandado embora e não existem planos para novos empreendimentos. Na indústria, o aumento do dólar e a elevação da carga tributária refletem na demanda, na competitividade e não há animação para investimentos. Por conta das indefinições do governo para que seja feito um plano de enfrentamento da crise, os empresários demitem o que for possível para poderem assegurar a saúde financeiras das empresas”, afirmou Arlindo.
Segundo Arlindo Almeida, a governo precisa dar um choque de credibilidade e estabelecer medidas efetivas para garantir mais segurança as empresas.
“Os empresários estão com o ‘pé atrás’. Até agora, tem se falado muito, mas as ações estão demorando. A economia é muito refratária a cheia de indefinições. O governo fala que vai cortar gastos, mas não impõem as mudanças. Esse cenário de indefinição não dá ao empresário a certeza de realizar investimentos ou promover cortes, então o momento é de incertezas. De fato, 2016 deve ser um ano de transição para estes setores e 2017 um ano de volta de um pequeno crescimento”, afirmou Arlindo.
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