O Padre Egídio Carvalho foi até a sede do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), na manhã desta quarta-feira (01), em João Pessoa, para prestar depoimento no caso envolvendo a suspeita de desvios no Hospital Padre Zé. O religioso, no entanto, preferiu ficar em silêncio diante dos investigadores, segundo apurou a reportagem do Portal MaisPB.
Egídio chegou na sede do Gaeco por volta das 9h, mas saiu do local sem falar com a imprensa por volta das 10h.
Até a publicação dessa reportagem, o Ministério Público não tinha se manifestado sobre o depoimento. Já os advogados que integram a defesa do padre informaram à redação que a opção pelo silêncio foi em decorrência de não ter sido disponibilizado o motivo que levou os promotores a pedirem a prisão de Egídio, pleito que foi negado pelo juiz José Guedes.
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Logo após ser alvo da Operação, ele foi de surpresa ao Gaeco. À época, em entrevista coletiva após a visita, o advogado Sheyner Asfora, que faz a defesa do Padre, disse que o religioso buscou o Ministério Público para dizer que está à disposição das investigações.
“O Padre se apresentou, compareceu. Mas, ainda vai prestar depoimento. Não será no dia de hoje. Ele vai esclarecer tudo e colaborar. Hoje, ele compareceu diante da operação deflagrada ontem e entrega o celular de forma espontânea e se colocou à disposição para prestar futuras declarações”, disse em 07 de outubro.
Operação Indignus
Deflagrada nessa quinta-feira (06), a Operação Indignus, deflagrada por uma Força-Tarefa encabeçada pelo MPPB, realizou mandados de busca e apreensão em três imóveis ligado ao Padre Egídio. A expectativa era de que possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).
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As condutas indicam práticas, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.
O que diz a investigação
A investigação que embasou a Operação Indignus mostra que o Padre Egídio Carvalho, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, é o verdadeiro proprietário de imóveis de luxo. A suspeita é que Carvalho seja dono de 10 apartamentos, alguns considerados de elevadíssimo alto padrão.
Segundo apurou a reportagem do Portal MaisPB, a Força-Tarefa liderada pelo Ministério Público da Paraíba aponta para uma confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com o religioso.
Foi constatada uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
As primeiras provas apontam possíveis desvios de recursos públicos destinados a fins específicos, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários vinculados às referidas entidades.
As condutas indicam aprática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados.