O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, revelou, em entrevista à revista Valor, que temia a atitude que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderia tomar durante o 7 de Setembro de 2021.
“O pior momento dele com o Supremo foi no 7 de Setembro do ano retrasado. Porque até eu pensei que ele fosse fazer uma loucura. Eu pensei que ele fosse fechar o Supremo”, afirmou.
Em seguida, Costa Neto ponderou: “Eu estava preocupado. Qualquer ato ilegal que você cometa hoje, em qualquer país como o nosso, ninguém apoia. Porque ninguém quer que isso aconteça no país dele. Por exemplo, você pegar Exército, Marinha, Aeronáutica, e dizer: ‘Lula não vai assumir’. Ninguém apoia.”
Costa Neto analisou ainda que enxerga Bolsonaro e a ex-primeira dama Michelle como bons cabos eleitorais para o partido – a expectativa, segundo ele, é de que o PL eleja mais de mil prefeitos em 2024.
Reforçando sua aposta, o político acredita que a operação da Polícia Federal que investiga Bolsonaro em um esquema de falsificação de carteira de vacinação contra a covid-19 seria um impulsionador para a popularidade do ex-chefe de Estado.
“Quando você entra na casa de um ex-presidente da República por causa de um cartão de vacina, a tendência é jogar ele para o céu. Vai melhorar a situação dele. Isso daí é 50% da facada”, afirmou.
Durante a entrevista, Costa Neto falou ainda sobre os empecilhos que o governo tem encontrado para aprovar algumas matérias no Congresso. Sobre o arcabouço fiscal, o presidente do PL disse que seu partido seria contra o aumento de impostos, mas a favor de que o governo tenha mais liberdade para gastar.
Ele citou também o Projeto de Lei das Fake News, que teve votação adiada após um pedido do relator Orlando Silva. Apesar de concordar com pontos do projeto, para Costa Neto, a escolha do deputado do PCdoB como relator foi um erro.
“Tinha que pegar um camarada mais de centro. Só de ele ser do PCdoB esse pessoal nosso, de extrema direita, não quer nem ver nem discutir. Apesar que discutiram. Vão ter que achar uma maneira ideal de fazer isso, para estabelecer critérios”, considera Costa Neto.